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São Paulo UNIFESP 2003.2 Questão: 27 Português Figuras e Recursos de Linguagem Classificação 

No fragmento do Auto da Lusitânia, o autor utiliza um recurso estilístico que consiste no emprego de vocábulos antônimos, estabelecendo contrastes, como vida/morte, louvado/repreendido, e outros. No fragmento de “Ode triunfal”, ocorre um outro recurso de estilo que consiste na invocação de seres reais ou imaginários, animados ou inanimados, vivos ou mortos, presentes ou ausentes, como ó rodas, ó grandes ruídos modernos e outros.

Esses recursos estilísticos são conhecidos, respectivamente, como


Textos

Auto da Lusitânia
(Gil Vicente – 1465?–1536?)

Estão em cena os personagens Todo o Mundo (um rico mercador)
e Ninguém (um homem vestido como pobre). Além deles, participam da cena dois diabos, Berzebu e Dinato, que escutam os diálogos dos primeiros, comentando-os, e anotando-os. Ninguém para Todo o Mundo: E agora que buscas lá? Todo o Mundo: Busco honra muito grande.
Ninguém: E eu virtude, que Deus mande que tope co ela já. Berzebu para Dinato: Outra adição nos acude: Escreve aí, a fundo, que busca honra Todo o Mundo, e Ninguém busca virtude. Ninguém para Todo o Mundo: Buscas outro mor bem qu’esse? Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu fizesse. Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse. Berzebu para Dinato: Escreve mais. Dinato: Que tens sabido? Berzebu: Que quer em extremo grado Todo o Mundo ser louvado, e Ninguém ser repreendido. Ninguém para Todo o Mundo: Buscas mais, amigo meu? Todo o Mundo: Busco a vida e quem ma dê. Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu. Berzebu para Dinato: Escreve lá outra sorte. Dinato: Que sorte?



Ode Triunfal
Álvaro de Campos

(heterônimo de Fernando Pessoa – 1888–1935)

À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical – Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força – Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro, Porque o presente é todo o passado e todo o futuro E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes elétricas Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão, E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinqüenta, Átomos que hão de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem, Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.

(Fernando Pessoa, Obra Poética)



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