Era o rapaz, que se aproximava de nós pela primeira vez desde a hora em que havíamos chegado, com passos largos e decididos. Quando parecia prestes a dizer alguma coisa, deu meia-volta e andou até a extremidade oposta da sala. Em seguida voltou, as mãos enterradas nos bolsos das calças, os polegares de fora se contorcendo nervosos. A certa altura demonstrou reconhecimento da minha presença com um gesto brusco e circunflexo de sobrancelhas, acompanhado de um aceno quase imperceptível. [...] O olhar dele, seu jeito de andar, as mãos nos bolsos, os cotovelos jogados para a frente, tudo indicava uma atitude de arrogância adolescente, talvez até infantil – menos arrogância que pirraça. Fosse como fosse, meu constrangimento aumentou ainda mais; novamente mudei de posição na poltrona. Nunca me sentira tão estrangeiro assim, tão fora de meu lugar natural [...].
BRITTO, Paulo Henriques. Coisa de família. In: Paraísos artificiais.
Considere o trecho acima e assinale a alternativa correta.
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