Moradores da cidade do Rio de Janeiro expressam visões do “morar” numa grande cidade.
Dona Antônia mora em rua alta da Rocinha e defende que “para viver na favela e ser feliz é preciso fechar os olhos para a imponência das mansões da Gávea vistas da laje de sua casa”, toda erguida junto com o marido Sr. Antônio, que faz “bicos” como marceneiro. Dona Antônia completa a renda familiar de três filhos e um neto, costurando para fora. O neto dela, de 5 anos, se satisfaz na piscina de plástico que dona Antônia comprou há um mês, enquanto a avó observa as piscinas semi-olímpicas das mansões. “Aqui não há lazer, não tem praças, nem lugar para a criança andar de bicicleta”.
Dona Vera tem um apartamento de 3 quartos na parte baixa da Gávea, onde vive há 10 anos. “Adoro viver aqui. Não me mudo por nada. Tem bons restaurantes, escolas, teatros, área de lazer e fica a um pulo da praia”, contou a médica. Ela tem 3 filhos e o bairro oferece opções de lazer para todos. A mais velha, de 18 anos, freqüenta o shopping da Gávea. Os mais novos – de 15 e 9 anos – se divertem no pátio do edifício, que tem um campo de futebol. “... fico tranqüila”, conclui dona Vera.
(Adaptado do Jornal do Brasil, 25/03/2001)
A partir da leitura dos relatos, explique o processo espacial caracterizado nas duas formas de morar na cidade do Rio de Janeiro.
A desigualdade social constitui uma característica própria do espaço urbano capitalista e se reflete no acesso aos bens e serviços produzidos socialmente. Da dinâmica de apropriação destes recursos resulta a divisão social do espaço, conhecida como segregação urbana. A habitação é um desses bens de acesso seletivo. Os indivíduos que detêm maior renda ocupam os espaços com melhores construções, conforto e infra-estrutura. Ao contrário, aqueles que dispõem de uma renda insuficiente, acabam morando nos lugares insalubres, alagados, íngremes, onde se concentram as habitações sem conforto e sem infra-estrutura. Portanto, a renda é fator de segregação residencial entre as pessoas e em áreas geograficamente muito próximas, onde encontramos grande distância sócio-econômica entre seus moradores.
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