O mercado de trabalho, como não poderia deixar de ser, tem sido marcado por profundas mudanças que ocorrem no plano mais geral das economias capitalistas. A demanda de mão-de-obra é menor que o conjunto de pessoas disponíveis, provocando alterações nas relações de trabalho. Essas transformações têm expressão significativa nas cidades latino-americanas, como indicam os dados sobre a Região Metropolitana de São Paulo.

Distribuição dos Ocupados por Setor de Atividade
e Relação de Trabalho
1990-1999 (em %)

Fonte: DIEESE - SEADE.

 

Compare os dados da tabela e aponte as mudanças nas relações de trabalho para cada setor de atividade.

- Em 1990, os ocupados com carteira assinada estavam concentrados na indústria (48,7%), seguido pelos serviços (32,9%). Os demais setores de atividades apresentavam baixo percentual. Já em 1999 ocorre uma significativa inversão com a redução desses ocupados na indústria (32%) e um crescimento acentuado nos serviços (48,8%). Há um aumento no comércio (15,5%) e diminuição nos demais.

- Os ocupados sem carteira assinada, em 1990, estavam concentrados nos serviços (44,5%), seguido pela indústria (25,7%) e comércio (22,1%). Em 1999, ocorre um aumento significativo nos serviços (52,4%) e uma redução dos ocupados nos demais setores de atividades.

- Os ocupados autônomos em 1990, concentravam-se nos serviços (51,9%), seguido pelo comércio (29,3%), apresentando baixos percentuais nos demais setores de atividades, entretanto, em 1999, há um aumento de ocupados nos serviços (62,1%) e os demais sofrem uma redução do percentual.

Na região metropolitana de São Paulo, grande parcela da população está ocupada nos serviços, que obteve um aumento percentual significativo no ano de 1999. Este crescimento aponta para o predomínio das relações trabalhistas sem carteira e de autônomos. Cabe ressaltar, que apesar dos números apresentarem uma redução no comércio em 1999, nas categorias de ocupados sem carteira e autônomos, é necessário entender que este setor de atividade é um importante contratador de mão-de-obra nas grandes cidades, em que o circuito inferior da economia urbana tem um papel fundamental, pois cria trabalho e este não aparece inteiramente computado nas estatísticas.