“Vizinhos! - É Olécia que está escrevendo
Saúde boa e bem vai se vivendo.
Faz sete meses que silenciamos
No fim de tal destino já acampamos.
Vivemos em florestas, em cabanas,
E imensamente estamos trabalhando.
Vivemos juntos, não nos separaram,
da vila quinze léguas nos distaram.
Na mata, sob montanhas....Não chiamos:
Não há estradas, trilhas palmilhamos.
Brasil! Também se sofre nessa terra:
Pegou-nos logo a febre amarela.
Em três meses na Ilha das Flores
Morreram três mulheres e três homens
(...)
Que mais escrevo? Novas não alardam.
De cobras cinco nossos se finaram.
Aqui anda um povo rude pelo mato
Que mata e come a gente. Fuja deste fato.
Se Deus quiser, e nós nos recompormos.
Quarenta fomos, em dezoito somos.
(...)
FRANKÓ, Iwan. Carta do Brasil, 1895, in: ANDREAZZA, Maria Luiza. O Paraíso das Delícias. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999.
O poema acima foi composto a partir das notícias que chegavam na Europa Oriental sobre a situação dos imigrantes eslavos que vieram para o Brasil em 1895. Tal movimento demográfico era parte das chamadas “Grandes Migrações”, que implicaram a transferência de milhões de europeus para as Américas, sobretudo a partir da segunda metade do século XIX.
Indique dois aspectos presentes no poema que expressam as dificuldades enfrentadas por imigrantes pobres que vieram se estabelecer no Brasil em fins do século XIX.
O candidato poderá indicar a grande mortalidade (“febre amarela” e “picadas de cobras”); poderá igualmente indicar dificuldades para o estabelecimento e desenvolvimento das colônias, devido ao estado ainda inculto das terras, a falta de estradas e de infra-estrutura, o excesso de trabalho e a precariedade das habitações, a antropofagia imaginada.
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