ZÉ PAULO
Álvares, essa é a nossa condição. Hoje só existe poesia no inútil,
no inacabado...
ÁLVARES
No meu tempo já era assim.
ZÉ PAULO
Eu sei, mas não havia ainda o Grande Ciclo da Produção e do
Consumo.
[…]
ZÉ PAULO
[…] horário de pico é aquele em que se atinge o máximo congestionamento
das vias...
[...]
ÁLVARES
Mas como aconteceu tudo isso?
ZÉ PAULO
Aconteceu como acontece com todas as cidades da América. É
muito simples: elas foram entregues aos automóveis... Ou melhor,
aos combustíveis fósseis!
[…]
ÁLVARES
[...] Existem fontes imemoriais, é a elas que devemos recorrer...
[...]
ÁLVARES
O que é isso?
ZÉ PAULO
Material para escavação.
ÁLVARES
E posso saber o que é que vamos escavar?
ZÉ PAULO
Alguma dor não contaminada.
MARTINS, Alberto. Uma noite em cinco atos. São Paulo: Editora 34, 2009.
p. 49; p. 73; p. 81; p. 96-97.
Os questionamentos sobre o fazer literário presentes nos
trechos transcritos interagem com a crítica de Zé Paulo à
realidade das cidades da América. Essa interação torna-se
evidente, pois
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