Leia o seguinte fragmento de I-Juca Pirama , de Gonçalves Dias. I Em fundos vasos d'alvacenta argila Ferve o cauim; Enchem-se as copas, o prazer começa, Reina o festim. O prisioneiro, cuja morte anseiam, Sentado está, O prisioneiro, que outro sol no ocaso Jamais verá! A dura corda, que lhe enlaça o colo, Mostra-lhe o fim Da vida escura, que será mais breve Do que o festim! Contudo os olhos d'ignóbil pranto Secos estão; Mudos os lábios não descerram queixas Do coração. Mas um martírio, que encobrir não pode, Em rugas faz A mentirosa placidez do rosto Na fronte audaz!
DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. In: I-Juca Pirama seguido de Os timbiras. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13.
Durante o Romantismo, foram simultaneamente escritos poemas com características líricas e épicas. Nessa perspectiva, o fragmento de I-Juca Pirama constitui uma mistura de gêneros por
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