Romance de Itapoã
[…]
— Ó conchas, dizei-nos
que par era o par
entrando na igreja
para se casar?
— Foi um senhor nobre
daqui do lugar.
E a moça de encanto
assim singular,
a afogar-se em rendas
de um branco lunar,
não veio das nuvens
e nem de além-mar.
Eu vos digo: era ela
a bela Guiomar.
Não se vira nunca
um mais puro olhar
do que o dela quando
chegava ao altar.
E por muito tempo
não se ouviu contar
que houvesse entre os homens
outro similar
a mostrar no porte
força de um jaguar
e que assim tivesse
majestades no ar,
como era o marido
da bela Guiomar.
[...]
— Dizei-nos, ó conchas,
onde foi parar
depois o marido
da bela Guiomar.
— Ninguém nunca soube,
nem se ouviu contar.
Deixou a Bahia
sem que terra ou mar
mostrasse num rastro
o que pôde o azar
dentre os rumos tantos
um rumo lhe dar.
[…]
SOUSA, Afonso Felix de. Nova antologia poética. Goiânia: Cegraf/UFG, 1991. p. 84-86.
O poema “Romance de Itapoã”, do qual foram extraídos os fragmentos acima, forma com “Toada Goiana”, “O poço da roda”, “Toada do enjeitado”, “A noiva do sobrado” e “A moça de Goiatuba” uma série cuja unidade é conferida pela
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