Quando morava em Londres vi um filme interessante, do Wim Wenders e do Antonioni, se não me engano. A certa altura do filme, um personagem conta a história de uma expedição de arqueólogos ingleses ao México, à procura de registros da civilização asteca. Os ingleses contratam uma equipe de guias formada por nativos e iniciam a expedição. A certa altura, sem motivo algum, os nativos interrompem a caminhada. Os arqueólogos se espantam, ficam irritados, o tempo é precioso e eles estão pagando pelo trabalho dos guias. […] Os ingleses
insistem, querem uma explicação, exigem, e só então o chefe dos nativos explica: haviam caminhado muito depressa e as almas tinham ficado para trás. Por isso permaneceram sentados, esperando, até que as almas se juntassem novamente aos corpos e eles pudessem seguir viagem.
CARNEIRO, Flávio. A confissão. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p. 144-145.
A Geografia concebe as expedições como os primeiros instrumentos de construção do conhecimento geográfico, assim como ocorreu no Brasil com os primeiros viajantes que registraram suas impressões sobre os lugares explorados. No trecho citado, o narrador alude à expedição, que, na parte sublinhada, se configura como metáfora para a compreensão do enredo. No que diz respeito ao percurso do protagonista, tal metáfora refere-se
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