Observe a reprodução da pintura “Aplicação do castigo de açoite”, de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), e leia o poema “Desenho de Debret”, do livro Nova antologia poética, de Afonso Felix de Sousa.
Desenho de Debret
Esmaecidos – o ângulo da igreja, a cruz altaneira. Esmaecidos – o casarão senhorial, os populares, o soldado, como se fora outro o mundo do outro lado da praça pública. De súbito ergue-se o açoite, ergue-se com dedos inflamados, que vibram no ar fazendo em volta um vivo colorido. E há então os escravos que amarrados aguardam o açoite, E há os já açoitados a lembrarem caveiras em transe, e há o escravo que açoita e um dia foi também açoitado, e usa de toda a força porque um dia será de novo açoitado. E há, antes de tudo, estas negras nádegas que sangram.
SOUSA, Afonso Felix de. Nova antologia poética. Goiânia: Cegraf/UFG, 1991. p. 98.
Em seu texto, Afonso Felix, poeta brasileiro do século XX, interpreta poeticamente a pintura de Debret, artista plástico francês que registrou aspectos da realidade brasileira na primeira metade do século XIX.
a) O poema evidencia uma divisão entre dois espaços físicos e sociais presentes no quadro. Transcreva o verso que sintetiza essa divisão. (2,0 pontos)
b) No desenho de Debret e na interpretação poética de Afonso Felix, é central um tema recorrente em uma das fases do Romantismo. Qual é esse tema e por que a sua representação poética e pictórica aproxima-se do Romantismo? (3,0 pontos)
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