Leia, a seguir, dois trechos selecionados sobre o período colonial brasileiro:
Trecho 1
“Feita a escolha da melhor terra para a cana, roça-se, queima-se e alimpa-se, tirando-lhe tudo o que pode servir de embaraço, e logo abre-se em regos, altos palmo e meio e largos dois, com seu camalhão no meio, para que nascendo, a cana não se abafe; e nestes regos ou se plantam os olhos em pé, ou se deitam as canas em pedaços, três ou quatro palmos compridos; e se for cana pequena, deita-se também inteira, uma junto à outra, ponta com pé: cobre-se com a terra moderadamente.”
(ANTONIL, André João. Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia. Editora da Universidade de São Paulo, 1982, p.12)
Trecho 2
“Os escravos são os pés e as mãos do senhor e esta figura redutora lhes tira a integridade de atores. São construções verbais passivas e impessoais para descrever o plantio da cana: a terra roça-se (quem a roça?), queima-se (quem o faz?), alimpa-se (quem?). (...) Dirá a gramática tradicional que em todos estes casos o sujeito é a terra ou a cana; e aqui a razão formal do gramático coincide com o economista da era mercantil.”
(BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Cia das Letras, 1992, p. 165-6)
Os trechos selecionados apresentam um paradoxo entre capital e trabalho que é constitutivo das relações econômicas capitalistas do tipo mercantilistas.
Assinale a alternativa que expressa CORRETAMENTE a contradição percebida no século XVII por Alfredo Bosi em sua crítica ao trecho de Antonil.
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