“Não deixo Pedro me tocar. Está tudo ruim.O tormento antigo voltou, minha miséria é imensa, tudo resumido, condenado à maldição de excretar pelo lugar horrível. Comendo, dançando, falando, tenho a coisa odiosa. O general teso fala com imponência, penso na coisa dele; o padre na missa, a diretora na escola, o presidente, coitadinho, passando a tropa em revista, a coisa virada para trás, fosse ao menos na frente... Só as crianças não ficam empeçonhadas dela, as crianças e os bichos. Diuturnamente tenho ciência de mim como algo vergonhosamente perfurado. Excretando pelo calcanhar seria diferente? (....) Que carnaval de mistérios! Que desimportante minha função excretora. Que maravilha seo Barreto na moita, cagando e tendo dentro de si o poder de curar! Vou ficar doida. Não vai não, me disse Alberto, saiba que o demônio surpreendeu São Francisco atrás da moita, rezando enquanto cagava e achou que ia arregaçar com a santidade dele. (...) São Francisco só desviou os olhos um pouquinho, na direção do maligno e o fulminou: o que sobe entrego a Deus, o que desce é procê.”
(In PROSA REUNIDA - 2.ed. São Paulo: Siciliano, 2001. p.238 e 242)
Considerando as alternativas a seguir, assinale aquela em que se fez um comentário INCORRETO sobre aspectos do conteúdo apresentado no fragmento citado.
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