Leia o texto a seguir.
Acordava molhado, tanto como os éles dela. Os meus companheiros também, pois não tínhamos segredos desses e partilhávamos. Mas sabíamos, Ludmila era um sonho impossível, como uma etérea patinadora sobre o gelo, riscando círculos e ovais irrealizáveis, levantando pó de neve na derrapagem ligeira, um meteoro silencioso luzindo na noite, uma gata se espreguiçando voluptuosamente, uma quimera. Ludmila era bela demais, não existia na realidade, fugaz produto de um pintor inspirado. O belo não existe se faz doer. A nós doía tudo por causa de Ludmila. E dos seus éles molhados.
(PEPETELA. O planalto e a estepe. São Paulo: Leya, 2009, p.37.)
Com relação a esse texto, considere as afirmativas a seguir.
I. O narrador conta como foi a sua primeira relação sexual, que ocorreu com Ludmila, a bela professora por quem passará a vida apaixonado e a quem buscará a vida toda.
II. O trecho “não tínhamos segredos desses e partilhávamos” indica que os amigos não se importavam em dividir o amor carnal de Ludmila, visto que era impossível que ela optasse por apenas um deles.
III. Recupera certo clichê romântico, na medida em que mostra a personagem feminina como construção idealizada, tornando-se uma figura inalcançável.
IV. Traz à tona certa sensualidade inocente do grupo de rapazes, tornando o amor coletivo, e não concretizado, uma metáfora de juventude.
Assinale a alternativa correta.
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