1 Tinha dia que encafifava:
2 - Mas cuma é que esse pessoal veve? Num tou vendo ninguém não tocar roça, uai.
3 Para ela, todos deveriam fazer roça, criar bois, cavalos, porcos, tecer pano, fazer chapéu e sabão. Como
4 não visse Reimundo fazer nada disso, tinha-o em má conta. “Homem preguiçoso e inútil”. Cheia de
5 confiança, perguntava com ódio:
6 - Quem que dá esses terém mode ele vendê?
7 Dona Rita tentava explicar que ele comprava da fábrica lá de baixo e que vendia para o povo. Nem tudo
8 que ganhava era dele. Mas Rosa via tudo isso com amarga desconfiança. “Hum!”
ÉLIS, Bernardo. Rosa. In: Melhores contos de Bernardo Élis. 3. ed. São Paulo: Global, 2003. p. 110-111.
a) Identifique duas variedades linguísticas presentes no texto e transcreva um fragmento característico de cada uma. (4 pontos)
b) Por que Rosa considera o sistema de trabalho de Reimundo diferente do dela? Justifique com fragmentos do texto. (6 pontos)
a) b) O trabalho de Reimundo está baseado numa cadeia que envolve indústria e comércio. Já o trabalho de Rosa está baseado no regime de produção não industrial, em que o trabalhador produz os próprios bens de consumo.
Variedade 1: variedade de prestígio, norma-padrão, norma culta ou linguagem formal
“Como não visse Reimundo fazer nada disso, tinha-o em má conta”, entre outros.
Variedade 2: variedade rural, variedade estigmatizada, variedade regional, linguagem informal, linguagem popular, norma coloquial.
“Mas cuma é que esse pessoal veve?”
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