TEXTO 2 – SÃO LONGUINHO
Márcio Cotrim, O pulo do gato
Por que se recorre a esse santo para se achar alguma coisa perdida ou extraviada, festejando o achado com três pulinhos? A versão mais aceita é a de que ele teria sido Cássio, um dos centuriões romanos escalados para vigiar Cristo na cruz. Cássio, que sofria de um problema de vista, resolveu espetar sua lança no coração de Jesus para encerrar o sacrifício do Calvário. Ao fazê-lo, acabou levando um jato de sangue nos olhos, e ficou curado instantaneamente. Passou a adotar o nome Longinus – que, em latim, quer dizer lança –, converteu-se ao Cristianismo e refugiou-se em Cesareia, onde virou monge. Descoberto, foi decapitado como outros mártires cristãos, sendo depois canonizado pela Igreja. Celebrado no dia 15 de março, o santo é especialmente popular na Espanha e no Brasil. Aqui, só existe uma igreja com sua imagem. Fica na cidade de Guararema, no interior de São Paulo. Quanto aos três pulinhos – que são acompanhados de três gritinhos –, não passa de uma simpatia brasileira, como tantas outras panaceias caseiras sem explicação lógica, para resolver casos difíceis do lar, do corpo ou do coração. Muita gente acredita, apela ao santo e até acaba encontrando o que perdeu. Dá os três pulinhos e os três gritinhos, sem medo do ridículo, mas revigora sua fé – e sem fé, já ensinava Nelson Rodrigues, nem se atravessa uma rua.
A frase abaixo que NÃO exemplifica a voz passiva é:
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